sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Assegure às suas filhas e filhos um passado (nem sempre melhor)

     O título desta postagem é inspirado em um livro do angolano José Eduardo Agualusa. Na história,  o protagonista Félix Ventura inventa passados ilustres para seus clientes. No cartão de visita, anuncia: "Assegure aos seus filhos um passado melhor.” (O vendedor de Passados, 2004).

    O trabalho de genealogia assemelha-se a esse vendedor/inventor de passados. Muitas vezes não conhecemos a história da família e quando descobrimos parece se tratar de invenção. Em outras, temos a certeza de conhecer cada detalhe, até que aparece um documento que muda tudo.
    Pesquiso certidões antigas desde os 12 anos. Estou com 37. Há períodos em que desanimo, mas depois retomo a busca. Muitas vezes não sei o que estou buscando. E é quando faço as melhores descobertas.
   Ao estudar Literatura, eu me apaixonei pelo Erico Verissimo, o que só me aproximou mais de assuntos genealógicos. Além de viajar com ele nos livros, andei um pouco fora deles. Mas quanto mais eu andava, mais sentia falta de preencher dois buracos que eu pesquisava desde a adolescência: para onde meus trisavós italianos foram ao chegar ao Brasil e de onde especificamente meu bisavô português veio. E é isso, escrevo este texto sem nenhuma conclusão específica, apenas para introduzir a genealogia no blog.
    Este texto é, portanto, para todos que como eu sentem prazer ao olhar um documento amarelado, manchado, rasgado, considerado perdido, para aqueles que buscam suas origens ou as dos outros. Não busco com intuito de obter cidadania. Eu vivi por muitos anos fora do Brasil e nunca precisei desse documento. O desejo de conseguir a cidadania muitas vezes limita e atrapalha a busca, mas respeito e acolho quem estiver aqui com essa intenção.

Melina Indica - 6

            Não encontrei a escrita de Marcelo Birmajer totalmente por acaso. Ela me foi recomendada pelo artigo de um editor que considero....